O Raro Pagani Zonda R que veio ao Brasil

O Pagani Zonda R é um dos supercarros mais exclusivos do mundo.

Produzido em apenas 15 unidades globalmente entre 2009 e 2011, o Pagani Zonda R foi desenvolvido exclusivamente para as pistas, sem homologação para uso nas ruas.

O que poucas pessoas sabem é que uma dessas raras unidades do Pagani Zond R veio para o Brasil em 2010, proporcionando um momento histórico para os entusiastas automotivos do país.

A chegada do Pagani Zonda R ao Brasil

A responsável por trazer o Pagani Zonda R para o Brasil foi a antiga importadora Platinuss (fotos), conhecida por importar modelos extremamente raros e ser representante oficial de algumas marcas, como Koenigsegg, Pagani, Lotus e Spyker.

Na época, o modelo foi exibido no Salão do Automóvel de São Paulo (foto), onde atraiu os olhares de milhares de fãs e especialistas quando o assunto é Zonda R. Seu design agressivo, combinado com a engenharia sofisticada, fez com que o carro se tornasse um dos grandes destaques do evento.

Além da exibição no Salão do Automóvel, o Zonda R também participou de um evento exclusivo no interior de São Paulo, onde foi apresentado a potenciais compradores ao lado de outras raridades, como os modelos Koenigsegg CCXR E100 Platinuss Special, Spyker C8 Aileron e até mesmo o Rossin-Bertin Vorax, um supercarro brasileiro que prometia revolucionar o mercado.

Detalhes sobre o Pagani Zonda R

O Zonda R foi criado com um propósito claro: levar ao extremo a engenharia e o desempenho da Pagani sem as restrições das regulamentações de veículos de rua.

Diferente de outros modelos da marca, que buscavam um equilíbrio entre luxo e esportividade, o Zonda R foi projetado para ser uma máquina puramente voltada para a performance nas pistas, incorporando tecnologias do automobilismo de elite.

A produção foi limitada a apenas 15 unidades, porque a Pagani sempre teve (e tem) um público-alvo muito específico: colecionadores e entusiastas que buscam uma experiência única de pilotagem em uma obra de arte sobre rodas feita totalmente de modo artesanal. E, como o Zonda R é focado especificamente para as pistas, a produção é bem menor que das outras versões.

Além disso, a complexidade da construção e os altos custos de desenvolvimento tornaram inviável a fabricação em grande escala. A exclusividade também contribuiu para aumentar o status e o valor do Zonda R, tornando-o uma verdadeira obra-prima automotiva.

Um Monstro das Pistas

O Zonda R foi apresentado ao mundo em 2007 no Salão do Automóvel de Genebra e criado para oferecer desempenho máximo em circuitos.

Seu motor V12 de 6.0 litros, desenvolvido a partir da versão de corrida do Mercedes-Benz CLK-GTR, entrega impressionantes 750 cavalos de potência e 71.4 kgfm de torque. Com um peso reduzido de apenas 1.070 kg, ele acelera de 0 a 100 km/h em apenas 2,7 segundos e atinge uma velocidade máxima de 375 km/h.

Em 2010, esse modelo estabeleceu um recorde em Nürburgring Nordschleife, completando uma volta em apenas 6 minutos e 47 segundos, tornando-se um dos carros mais rápidos a percorrer o icônico circuito alemão. Por isso a unidade “brasileira” possui o número 6:47 estampado na lateral do carro.

O Valor e a Exclusividade

No período em que esteve no Brasil, o Zonda R tinha um preço estimado de 10 milhões de reais, um valor extremamente alto para a época. Pense que o carro mais caro vendido no Brasil na mesma época foi um Pagani Zonda F Clubsport de R$4,2 milhões, ou seja, a pedida no Zonda R era mais do que o dobro que o preço pago no carro mais caro vendido no país.

Com a correção monetária, esse valor hoje seria facilmente acima dos 26 milhões de reais. No entanto, a exclusividade e o histórico desse modelo fariam com que seu preço atual fosse ainda mais elevado caso estivesse disponível no mercado. 

Devido a alta carga de impostos sobre produtos importados, atualmente uma unidade do Zonda R seria considerado um dos carros mais caros do país.

Para onde e Por que o Pagani Zonda R foi vendido?

Apesar do grande interesse gerado em muitos possíveis clientes, o exemplar que veio ao Brasil não foi vendido. Depois de sua exibição no Salão do Automóvel de São Paulo e a participação em um evento fechado na capital paulista, ele retornou à fábrica.

Para aqueles que desejam ver essa unidade em específico de perto, ele pode ser encontrado no museu da Pagani, em San Cesario sul Panaro, na Itália, onde repousa ao lado de outras criações lendárias da marca italiana.

O motivo de não ter encontrado um novo dono no Brasil foi pelos mesmos motivos que “seus irmãos” (Zonda F Clubsport na versão Coupé e outro na versão Roadster) que vieram no mesmo período foram exportados. Dentre todos os motivos, os principais:

1 – Preço Exorbitante: 

Não que o preço de R$10 milhões pedido no Zonda R fosse caro. O carro por si só, à nível global, tem um preço acima da maioria. Importar uma unidade desse modelo tão exclusivo tem um custo elevado. 

Além do fato de que a importadora/loja precisa ganhar um ágio para compensar todo o processo burocrático de trazer um Pagani Zonda R para o Brasil. Ou seja, de certa forma, podemos considerar o preço aceitável para a época, levando em consideração a economia, preço do dólar e demais fatores financeiros que impactam no preço final de um carro desse nível de exclusividade.

2 – Homologado apenas para Pistas: 

R$10 milhões há dez anos atrás, sem dúvidas, era um poder aquisitivo maior que os dias atuais. Agora, pense gastar uma grana extremamente alta em um carro que só pode ser usado em pistas. 

Frustrante? Para os poucos que tinham dinheiro para pagar o preço pedido, talvez sim. Sem contar que um carro desse nível não é só levar em um circuito fechado e andar quando quiser, existe um processo complexo e burocrático para isso acontecer (trazer engenheiros da Pagani para analisarem o carro antes, durante as voltas na pista e depois, transporte do carro até a pista, etc).

3 – Pouca Conscientização: 

Muitas pessoas não sabiam o que era a marca Pagani, quanto menos um Zonda R. Isso restringia o alcance de encontrar compradores para o carro porque poucas pessoas conheciam superficialmente a marca italiana e menos pessoas ainda conheciam o modelo Zonda R (incluindo colecionadores e os entusiastas/spotters). 

Ou seja, muitas vezes era necessário um processo de conscientização para mostrar ao público o que é a Pagani e o que é um Zonda R.

4 – Valorização: 

Além da pouca conscientização do mercado, poucos de fato enxergavam carros desse nível como um investimento a nível mundial. Um carro extremamente limitado, exclusivo e extremo que hoje vale muito mais do que quando foi lançado. 

Se o carro tivesse sido comprado em Real e permanecido no Brasil até os dias atuais, sem dúvidas o lucro seria certeiro – e um lucro bem alto.

5 – Falta de Amadurecimento do Mercado de Carros de Luxo: 

Levando em consideração os quatro tópicos acima, imagine uma situação onde um(a) endinheirado(a) não sabe o que é um Pagani Zonda R, se assusta com o preço pedido (o carro mais caro anunciado no país em 2010), fica sabendo no mesmo momento que não pode usar na rua, apenas em pistas, e que “talvez” perca muito dinheiro caso não consiga revender depois… 

Isso tudo gerava uma insegurança em quem tinha interesse na compra do carro, e pela falta de um corajoso(a) a pagar o preço pedido, o carro não foi vendido.

O Impacto no Cenário Automotivo Brasileiro

A passagem do Zonda R pelo Brasil marcou uma era em que o país recebia mais eventos e exibições de super carros exclusivos.

Hoje, a importação de hypercars continua sendo um desafio no Brasil – mas isso não impede que modelos super raros e exclusivos venham para o Brasil –, mas a presença temporária do Zonda R abriu caminho para que outras máquinas bem exclusivas fossem trazidas para eventos e apresentações, além de outros carros que vieram para residir em solo brasileiro.

A curta passagem do Pagani Zonda R ainda é lembrado pelos entusiastas e colecionadores que tiveram a oportunidade de ver essa obra-prima italiana de perto.

O Pagani Zonda R é mais do que um supercarro, ele representa o ápice da engenharia automotiva e do design no ano em que foi lançado.

Sua breve passagem pelo Brasil em 2010 foi um marco para os apaixonados por velocidade e desempenho, consolidando o país no radar das grandes fabricantes de hypercars. 

Gostou de conhecer o Pagani Zonda R “brasileiro”? Explore nosso blog e descubra outros hypercars que já estiveram em terras brasileiras, além outros modelos da Pagani que tiveram seu curto, mas marcante período no país.