5 Carros Nacionais que “Não Saíram do Papel”

Conheça carros nacionais que tinham alto potencial para tornarem-se referência no mundo, mas que tiveram um rumo diferente.

O Brasil tem uma longa tradição na produção de carros nacionais, mas poucos sabem que o país também já tentou se aventurar no mundo dos superesportivos e veículos inovadores. 

Além das marcas Puma, Gurgel, DKW-Vemag que deram certo e construíram modelos que hoje são ícones de orgulho nacional, outros projetos surgiram, mas tiveram um final diferente do esperado.

Ao longo dos anos, algumas iniciativas surgiram prometendo revolucionar a indústria automotiva nacional, mas muitas delas não passaram da fase de protótipo ou tiveram uma produção extremamente limitada.

Rossin-Bertin Vorax

Anunciado em 2010, o Rossin-Bertin Vorax era um projeto audacioso que pretendia colocar o Brasil no mapa dos superesportivos (fotos). 

Criado por Fharys Rossin, ex-designer da General Motors, em parceria com Natalino Bertin, empresário do setor de carnes e ex-dono da antiga Platinuss, o Vorax chamou atenção com seu design moderno e dados técnicos impressionantes.

O modelo viria equipado com um motor V10 da BMW e demais órgãos da marca alemã, capaz de produzir 570 cv na versão convencional e até 750 cv na versão supercharged (vídeo). A carroceria em fibra de carbono e alumínio ajudaria a reduzir o peso e aumentar o desempenho.

A promessa era de um carro que poderia competir com Ferrari e Lamborghini, alcançando velocidades superiores a 300 km/h. Mas, nem tudo ocorre do jeito que as pessoas planejam. 

Apesar da empolgação no início, o Vorax nunca chegou a ser produzido, ficando apenas em 3 protótipos, sendo apenas um que funciona, estando na coleção pessoal de Natalino Bertin, e os outros dois estão perdidos pelo Brasil (fotos), tornando-se mais um sonho não concretizado da indústria automotiva nacional.

Obvio!

Diferente do Vorax, o Obvio! não tinha o objetivo de entrar no mercado de superesportivos, mas sim no mercado de carros urbanos compactos e eficientes (fotos).

O Obvio! foi criado nos anos 2000, e surgiu como um projeto inovador de minicarro nacional com um design futurista e uma motorização compacta (lembrando um Fiat 500 ou um Renault Twingo).

No início, os modelos Obvio! 828 e Obvio! 012 seriam equipados com mecânica da Volkswagen, mas o projeto evoluiu para versões elétricas mais voltadas ao mercado norte-americano.

Com uma estrutura leve e a possibilidade de personalização, o veículo chegou a despertar o interesse de investidores estrangeiros e até foi cogitado para um programa de compartilhamento de carros elétricos.

Porém, dificuldades financeiras impediram que a ideia se tornasse realidade, e o Obvio! se tornou mais um projeto que não saiu do papel.

San Vito S1

O San Vito S1 era um esportivo conversível brasileiro projetado com inspiração nos clássicos roadsters britânicos, principalmente no Lotus Seven. O carro foi apresentado em 2009, e tinha um chassi tubular e carroceria de fibra de vidro, garantindo muita leveza e uma boa performance.

O modelo foi desenvolvido para ser acessível financeiramente e divertido de dirigir. Ele contava com um motor 1.8 turbo de 150 cv derivado do Fiat Stilo, além de um câmbio manual de cinco marchas.

A ideia era oferecer um esportivo nacional com preço competitivo e um desempenho bacana. Mas, apesar do entusiasmo inicial, apenas uma unidade do San Vito S1 foi finalizada e permaneceu nas mãos do próprio criador, Vito Simone.

Assim como os outros projetos brasileiros, a falta de investimento e dificuldades na homologação impediram que o carro fosse produzido em maior escala.

Amoritz GT DoniRosset

Entre todos os projetos apresentados neste artigo, o Amoritz GT DoniRosset talvez tenha sido o mais ambicioso. Foi criado por William Rosset, um empresário e entusiasta automotivo, que tinha o objetivo de construir um hiperesportivo que prometia números impressionantes, dignos de competidores como Bugatti e Koenigsegg.

O carro seria equipado com um motor V10 biturbo de 8.4 litros, possivelmente do Dodge Viper, capaz de gerar 1.007 cv de potência. A carroceria tinha um design agressivo e aerodinâmico, enquanto no interior prometia muito luxo e tecnologia de ponta.

A proposta era fabricar apenas 50 unidades, cada uma com um preço elevado e uma produção limitada apenas a encomendas.

Infelizmente, apesar da empolgação e dos teasers divulgados (fotos), o Amoritz GT DoniRosset nunca saiu do papel. O alto custo do desenvolvimento e a falta de investidores impediram que o modelo avançasse para a produção, deixando o Brasil sem mais um hypercar criado em solo brasileiro.

Lobini H1

Diferente dos outros quatro modelos desta lista, o Lobini H1 conseguiu sair da fase de protótipo e teve uma pequena produção e super limitada (fotos). 

Lançado em 2005, esse esportivo brasileiro tinha um design inspirado nos modelos da Lotus, além de um desempenho consideravelmente interessante por se tratar de um projeto nacional, onde as condições são inferiores a projetos europeus.

O carro vinha equipado com um motor 1.8 turbo originado da Volkswagen e entregava cerca de 180 cv, garantindo uma boa performance devido à sua carroceria leve de fibra de vidro.

O modelo foi bem recebido pelos entusiastas e chegou a ser exportado para alguns países. No entanto, a obrigatoriedade de airbags e freios ABS a partir de 2014 inviabilizou que o Lobini H1 continuasse no mercado.

Apesar disso, o Lobini H1 é um dos poucos carros esportivos brasileiros que conseguiram ser produzidos e vendidos, mesmo que em pequena escala, o que torna ele uma raridade de se encontrar em todo o país (fotos).

Os cinco carros nacionais apresentados aqui mostram a criatividade e o espírito empreendedor da indústria automotiva brasileira. Contudo, os fatores como alto custo de produção, dificuldades na captação de investimentos e desafios regulatórios impediram que esses e outros projetos nacionais chegassem ao mercado em larga escala.

Enquanto o Rossin-Bertin Vorax e o Amoritz GT DoniRosset sonhavam em colocar o Brasil no mapa dos superesportivos, o Obvio! tentou revolucionar a locomoção urbana com um conceito inovador. 

Já o San Vito S1 apostou em uma esportividade acessível, mas encontrou barreiras para sua produção. Enquanto o Lobini H1 conseguiu uma pequena produção, mas não resistiu às mudanças nas exigências de segurança

Vale dizer que atualmente existem projetos de carros nacionais que estão em processo de sair do papel e já possuem pelo menos um protótipo ou unidade teste. Ou seja, o Brasil ainda carrega o anseio de produzir veículos utilitários ou com foco em pistas.

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